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terça-feira, 31 de maio de 2011

Saramago "mediando arte"





"As pessoas sabem que os problemas do mundo estão aí. E o que se faz para resolvê-los?"



José Saramago
Escritor Português




Pergunta lançada pelo escritor José Saramago em seu depoimento que faz parte do Documentário Janela da Alma de João Jardim e Walter Carvalho.



Relacione as provocações apresentadas por Saramago com a Arte e o Fazer Arte.



Saramago inicia seu depoimento falando sobre o conformismo de algumas pessoas e o posicionamento crítico de outras mediante as situações da vida. A arte é um tipo de saber humano que se encontra intimamente ligado a expressão da alma e que pode ter um viés crítico incorporado em suas manifestações. Seguindo esta linha de raciocínio, o escritor retrata em seu depoimento que as coisas não precisam ser consideradas necessariamente boas apenas por serem novas, e ainda defende que seu questionamento não é um tentativa de validar eternamente o antigo, mas um ensaio que tenta compreender o porquê das pessoas acreditarem que algo novo é efetivamente melhor do que alguma coisa mais antiga? Saramago acredita que esta relação tem algo a ver com o fato do novo atender às necessidades momentâneas e ao fato também, das pessoas acreditarem que as coisas novas, que foram criadas na esfera imediata, atendem nao apenas ás necessidades atuais, mas apresentam a capacidade de trazerem a solução dos anseios futuros ligados ao campo no qual a tal coisa encontra-se inserida. Na arte, muitas pessoas tendem a valorizar as criações que apresentam algum contexto histórico e acabam por esquecer- se do quanto é boa a arte feita pelos novos artistas que traduzem suas indignações em forma de manifestações artísticas.



O escritor português José Saramago cita ainda as razões para explicar o fato das pessoas continuarem a reconhecer a idéia do novo como sendo o ideal de melhor, ao que parece, seriam impulsionadas por alguma força que as levariam a acreditar nesta do novo responder aos seus anseios atuais e ainda criar respostas imediatas e futuras às suas necessidades. Este funcionamento mantém a máquina capitalista funcionando com base na verdade da necessidade infinita de consumo, e esta necessidade, que a toda hora se manifesta nos meios midiátios, encontra relação relação direta entre os círculos de venda e a vontade de consumo. A todo visto, nada parece errado, já que as leis atuais, baseadas nas relações dos capital, ditam essas regras que estão incorporadas nos sentidos de todos. Entretando, ninguém mais se importa com a causa alheia, se o outro passa fome, enquanto se ver uma série americana cabiada por uma TV por assinatura em um televisor 3D...



Saramago afirma que as ONGs são as fontes de caridade na contemporaneidade, muiyas delas se utilizam da sincronia entre a arte e as necessidades locais para trazer o mínimo de dignidade aos que delas fazem uso. Neste contexto, a importância da mediação artística e da arte educação é fundamental para se manter uma relação de aprendizado, mesmo que seja de forma artesanal em oficinas. a arte cria vpinculos entre as pessoas e a cidadania e talvez através dela o grande questionamento do escrito Saramago possa ser resolvido, pois a arte com um papel importante do despertar das pessoas para as suas realidades pode favorecer não apenas a consciência crítica, discutida por Saramago no início do seu depoimento para o documentário, mas também serve de base para as manifestações que traduzem os anseios dos artistas e sensibilizam as pessoas para as coisas do mundo.





Cristiane F. Fernandes

2 comentários:

  1. Porque algumas pessoas resistem ao comportamento universal?
    O fazer arte nos permite vislumbrar caminhos diferentes das respostas universais. Faz transgredir e questionar. A inércia da humanidade a que Saramago se refere vem de uma obsessão por conforto material. A arte, por outro lado, envolve a sensibilidade, liberando a percepção para sentidos mais profundos. Faz perceber o ambiente que nos cerca sob outras perspectivas.
    A contemporaneidade nos trouxe avanços tecnológicos e descobertas espetaculares. Mas, ao ritmo da máquina que avança, nossos corpos descansam perante a vida. O comportamento universal nos inunda de realidades e ilusões, de modo a nos desviar do sensível que permitiria aprimorar perspectivas para nossa evolução. A liberdade de reconhecer erros, ponderar atitudes e amar o próximo mostram-se, assim, eqüidistantes. Mas um olhar ao redor esclareceria alguns fatos nessa jornada.
    O fazer arte convida a olhar ao redor. A se importar. O ser civilizado de hoje tem problemas em reconhecer a civilização de quem possui menos. Seus bens mais valiosos não são suas próprias atitudes, são bens de consumo, que ficam obsoletos cada vez mais rápido. A arte, no entanto, pode nos vacinar do comportamento universal, e nunca fica obsoleta.
    Everton M. Viana

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  2. Unindo um verso , coisas plurais no singular...

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